domingo, 22 de fevereiro de 2009

Lições da Crise

Mais do que nunca, Harvard tem discutido temas relacionados com causas e efeitos das novas formas de crise emergentes do subprime, de alavancamento excessivo e fraudes correlacionadas, num ambiente financeiro dominado por uma estratégia dominó. Neste cenário, foi conduzido um estudo em mais de 600 empresas afectadas nas áreas da banca, seguros, e investimentos financeiros.

As lições do passado postulam que mesmo as grandes empresas podem falir com o formato das actuais crises e recomendam: Nas fases não-crise as empresas devem estruturar a oferta para um aumento de margens, diversificar negócio e riscos e criar um fundo fixo de capital - buffer que se justifica apesar de ter custos de circulante, pelos problemas que resolve num momento difícil. Durante os períodos de recessão as empresas destes sectores devem evitar mudar a estrutura de governação, em nenhum caso descontinuar a distribuição de dividendos e impedir um aumento do nível sub-capitalização.


As recomendações são aplicáveis ao mercado português, tendo-se tornado claro que é na fase prévia à crise em que as acções são mais difíceis, mas também mais eficazes.
Publicado na Vida Economica dia 20/02/2009

sábado, 7 de fevereiro de 2009

Go Global ?

O corporate governance é um dos principais agentes de decisão do processo de go-global das empresas. Esta é uma das conclusões de um assunto cujo tratamento constitui uma tendência recente: muitas empresas assumiram que o seu processo de globalização era um movimento obrigatório e o resultado veio a confirmar-se para muitas delas um erro, com graves consequências.

Antes de se avançar com uma decisão de globalização, a gestão de topo deverá conduzir um estudo detalhado e rigoroso das implicações no curto, médio e longo prazo de avançar e de não avançar, de forma a poder comparar as soluções. Concretamente, e para evitar estratégias de globalização erradas, as empresas devem-se fazer três perguntas: Existem benefícios potenciais para a companhia? Estão desenvolvidas as competências de gestão necessárias? Que nível de probabilidade de cobertura de custos por benefícios existe?

Tornar-se global é um objectivo que, por razões de eminente tendência da gestão contemporânea, se encontra no mindset dos gestores da maioria das empresas, um verdadeiro fad que, convém recordar, pode resultar mal e acabar por comprometer o futuro da companhia.
Publicado na Vida Económica dia 06/02/2009